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Nomes de peso participam de documentário sobre o impacto da pandemia no judiciário

Veredicto: Covid-19, culpado!  O distanciamento social produziu efeitos relevantes no funcionamento do judiciário nacional, que implementou audiências on-line, sofreu com processos paralisados, prazos suspensos, providências cartoriais atrasadas e mudou a vida dos profissionais que trabalham neste segmento. 

Passados mais de 100 dias desde o início das medidas de contenção impostas pelos governos como forma de conter o novo Coronavírus, os reflexos no sistema judiciário do País ainda estão presentes, e são evidentes. Para debater o assunto, documentário conversou com o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, Felipe Santa Cruz, presidente da OAB,  Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, com o jurista Ives Gandra Martins (Advocacia Gandra Martins), com a desembargadora aposentada Kenarik Boujikian, cofundadora da Associação de Juízes para a Democracia (AJD), com o Professor Pierpaolo Cruz Bottini (Bottini & Tamasauskas Advogados), com Samara Castro, advogada no caso das fake news da família de Marielle Franco, entre outros. 

Esse pano de fundo compõe o episódio VIII da série documental ‘A tirania da minúscula coroa: Covid-19’ – que traz fortes depoimentos, bastidores e análises de importantes juristas. Sob o espectro das mais diversas áreas, o projeto documental nasceu no período da quarentena e busca dar uma visão plural diante dos fatos. O capítulo do judiciário teve como orientadora a aqdvogada Paula Cyrino Florence. “O direito e o funcionamento do judiciário têm implicações diretas não só na vida das pessoas, mas no funcionamento das empresas e do próprio País. Essa visão e debate são de extrema importância”, ponderou.

Gustavo Girotto, jornalista e diretor da série, enfatiza que esse é um capítulo de importante debate. “O judiciário nacional – assim como os demais setores -, passa por profundas adaptações. Essas ações de enfrentamento e a adoção de medidas preventivas, especialmente o isolamento social, suscitaram um forte debate sobre o funcionamento e como será o futuro do judiciário em nível global. Tentamos captar visões e análises acerca do tema”, explicou

Para Juliano Sartori, diretor de produção, e Ricardo Sartori, diretor de arte, há fortes depoimentos e visões dos mais destacados e importantes juristas do Brasil. “A pandemia colocou todas áreas em terreno desconhecido. Não sabemos ainda quanto durará a crise, nem como sairemos dela, tampouco qual será seu impacto real na vida das empresas e pessoas. A única certeza é que muitos perderão, em diferentes graus e, essa enorme incerteza, também aumenta a importância do judiciário para proteger as pessoas, os interesses das empresas ou para buscar uma resposta à crise. Procuramos trazer esse debate no episódio”, ressaltaram os produtores.

Com edição de Via d’Ideia, o trabalho contou com a colaboração jornalística de Tercio David Braga e orientação de Adalberto Piotto. A íntegra do documentário será lançada na próxima semana, e estará online no canal da produtora.

O time completo de debatedores foi composto:

  • Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e ministro do STF
  • Felipe Santa Cruz, presidente da OAB
  • Ives Gandra Martins, jurista, advogado constitucionalista e professor de Direito
  • Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
  • Pierpaolo Cruz Bottini, criminalista e livre-docente de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP e ex-Secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
  • Décio Luiz José Rodrigues, desembargador do TJ/SP
  • Kenarik Boujikian, desembargadora aposentada e cofundadora da Associação de Juízes para a Democracia (AJD)
  • Dimas Ramalho, promotor e Conselheiro TCE-SP
  • Eduardo Matias, Doutor em Direito Internacional (USP) e prêmio Jabuti
  • Carlos Eduardo Sobral, Delegado Federal e ex-presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)
  • Samara Castro, vice-presidente da comissão de privacidade e proteção de dados da OAB-RJ e advogada no caso das fake news da família de Marielle Franco
  • Mariana Marsico, advogada previdenciarista, professora universitária e presidente da Comissão OAB vai à Escola (Sub-75)
  • Edemilson Wirthmann Vicente, sócio do escritório Wirthmann Vicente Advogados Associados e Presidente da Comissão de Direito Falimentar e Recuperação Judicial da OAB – SP (Sub 63)
  • Claudia Abdul Ahad, sócia no Oliveira, Vale, Securato & Abdul Ahad Advogado e especialista em Direito do Trabalho.

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Sem novas fake news, impostores reciclam vídeos antigos

Novo truque velho

Sem novas fake news, impostores reciclam vídeos antigos

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Voltou a circular nas redes sociais um vídeo de exaltação a uma traquinagem de auditores da Receita: a falsificação de acusações contra personalidades com objetivos escusos. Entre as 134 vítimas da fraude estavam os ministros do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, e suas mulheres. O truque era simplório: atribuir a prática de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência, sem dizer por que, descrever fatos ou juntar qualquer documento ou relatório de investigação.

O vídeo reprisado foi gravado diante do edifício do Supremo Tribunal Federal — um protesto contra decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele afastara os auditores que assinavam as conclusões escalafobéticas. Até por um motivo formal. Não cabe a auditores fiscais investigar crimes não tributários. O espetáculo gravado foi estrelado por especialistas na matéria.

Pouco tempo depois, o coordenador da traquinagem foi preso. Ele e mais dez auditores da receita. O motivo: descobriu-se que se cobravam propinas de investigados em troca do cancelamento de autuações milionárias. Acusado como chefe da quadrilha, o auditor Marco Aurélio Canal estava bem posicionado para extorquir suas vítimas. Era o supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da ‘lava jato’, também conhecida como Equipe Especial de Fraudes.

Essa investida que bateu às portas do Supremo não foi única nem autônoma. Fazia parte de um conjunto de articulações que visava emparedar advogados e escritórios de advocacia, intimando seus clientes e fazendo circular notícias que os desmoralizassem. O manual da Gestapo nazista reescrito.

O uso desavergonhado do vídeo confirma a falta de limites dos embusteiros. Sem “munição nova” — depois que o STF abriu inquérito e o Congresso instalou Comissão para investigar a fabricação de notícias fraudulentas — recicla-se material antigo para, novamente, tentar intimidar ministros.

Tão destemidos quanto os ousados personagens que foram se manifestar diante do STF para defender o que os auditores faziam — e foram presos por isso —, os artífices dessas produções cinematográficas, parece, só desistirão quando forem dividir celas com seus colegas.

 é diretor da revista Consultor Jurídico e assessor de imprensa.

Revista Consultor Jurídico, 3 de maio de 2020, 13h52